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ENTREVISTA: Robert Garven, do Cirith Ungol
(Transcription in English after)
por Nilo Vieira
Quando o Cirith Ungol foi formado, o heavy metal era mato. Antes de hordas de bandas fazerem álbuns baseados na trilogia Senhor dos Anéis, antes do doom metal receber tal taxonomia, eles já estavam lá. Em 2015, o hiato de mais de vinte anos foi interrompido e, quatro anos depois, vieram ao Brasil pela primeira vez – o último show do último dia do Setembro Negro Festival. Nas baquetas do grupo desde o princípio, Robert Garven conversou comigo sobre passado, presente e futuro do heavy metal. Desce a barrinha aí!
Como foi o show no Brasil?
Foi incrível. Foi nossa primeira vez na América do Sul, então foi muito especial para nós. Conhecemos vários novos amigos, gente que veio de todos os cantos da América do Sul para ver a banda. Vários grupos conhecidos tocaram no festival [Setembro Negro], e creio que a maioria veio para prestigiar tudo! Nossa banda tem uma longa história com o Brasil, nossos primeiros discos foram lançados aí – vimos alguns, que nos lembraram dos velhos tempos!
Um single foi lançado ano passado, e um álbum ao vivo, I’m Alive, está marcado para 2019. Podemos esperar um disco de inéditas em breve?
Sim, o anúncio oficial do ao vivo acabou de sair. Vai ser incrível! A canção “Witch’s Game” (o single de 2018) fará parte parte do filme de animação The Planet of Doom, que deve sair em 2020. Sobre um novo álbum, estamos trabalhando em material agora e é nosso objetivo!
A banda começou em 1972. Por que demorou tanto tempo para lançar o primeiro disco?Inclusive, quando saiu, esse tipo de música já não era tão popular. Como se sentiram sobre isso na época?
Quando a banda começou, tínhamos em torno de treze anos de idade. Quando estávamos ali em torno dos dezoito anos, já havíamos criado nosso próprio estilo único de heavy metal, escrito e gravado várias canções. Nessa época, começamos a levar a sério a ideia de levar a banda adiante e tentamos conseguir um contrato com uma gravadora major. Após anos de tentativas frustradas, decidimos lançar um disco por nós mesmos – que nos considerávamos a “demo definitiva”. Isto se tornou o Frost and Fire, e foi lançado em 1981. O álbum foi gravado, produzido, financiado e fabricado pela banda.
Havia muita música pesada então, mas creio que nossa música estava um pouco à frente de seu tempo. Não acho que estávamos preocupados se alguém gostava, estávamos basicamente escrevendo para nós mesmos. Tentando criar o que chamávamos de Molten Metal (metal fundido, em tradução livre), que era essencialmente o metal mais pesado conhecido pelo homem! Crescendo com a influência de todos os fornecedores do que considerávamos o verdadeiro heavy metal, tentamos ser o próximo passo na linha evolutiva.
Aliás, vocês foram uma das primeiras bandas a referenciar Tolkien em letras e no próprio nome Cirith Ungol. Hoje, ele é possivelmente o “autor favorito” de headbangers junto do H.P. Lovecraft, talvez. Qual sua opinião sobre?
Sua escrita nos influenciou muito cedo na banda, e é como decidimos sobre o nome. Penso que o que liga headbangers ao seus livros e outros do mesmo estilo é o cenário fantástico, junto dos heróis épicos e as criaturas que os habitam. Todas histórias muito sombrias e empolgantes! Também fomos influenciados por várias outras formas de literatura, arte e cinema desde então. Não posso falar pela banda toda, mas a obra de H.P. Lovecraft, Michael Moorcock, Robert E. Howard e as pinturas de Michael Whelan me impactaram muito.
King of the Dead marcou uma mudança de direção, e hoje é considerado um dos primeiros discos de doom metal. O que me diz sobre?
Sim, é considerado como nosso melhor álbum. Estou certo de que vários ouvintes e mesmo a banda poderiam discutir sobre isto por horas, mas tendo a concordar. Nós tivemos completo controle de cada faceta daquele projeto, e penso que é uma reflexão precisa do que éramos naquela época. Não tenho certeza se foi um dos primeiros discos de doom, mas seria uma honra caso verdade! A banda certamente sempre teve uma o fator doom no repertório em canções como “Death of the Sun”, “Doomed Planet” e “War Eternal”.
O heavy metal cresceu muito desde que vocês começaram, comercial e artisticamente. Pudemos ver tal diversidade no Setembro Negro Festival. Como você vê tal trajetória? Também gosta de estilos mais modernos ou prefere focar no tradicional? O Jarvis (baixista) toca no Night Demon, por exemplo…
Adoramos tocar em festivais assim. Ser exposto a uma ampla gama de subgêneros do metal é emocionante e divertido! Proporciona a oportunidade para fãs e bandas experimentar música além do seu foco limitado. Infelizmente, como membros de banda nem sempre podemos ver todos tocarem porque estamos chegando ou partindo, nos preparando ou nos recuperando de nosso show! (risos) Aprecio qualquer um que toque som pesado, e o Night Demon é um exemplo perfeito! Tocamos com eles várias vezes e acho que são uma das bandas mais porrada por aí!
O Michael Whelan fez as capas dos discos do Cirith Ungol e também para os clássicos do Sepultura. Você gosta deles ou de outras bandas brasileiras?
Com certeza os conhecemos, são muito famosos e com longa história. Infelizmente, não fui apresentado a muitas bandas do Brasil, mas estou ansioso por isto! Sou amigo da banda brasileira Fallen Idol, por exemplo! Fomos sortudos o suficiente para ser a primeira banda a usar uma capa assinada pelo Michael Whelan, e estamos empolgados por sua arte estampar o I’m Alive!
Algo mais que você gostaria de adicionar para quem nos lê?
Agradeço pelo tempo para ouvir mais sobre o Cirith Ungol. Nunca pudemos vir ao Brasil antes, e estamos muito contentes que tocamos no Setembro Negro Festival. Nos divertimos, fizemos vários amigos e espero que possamos voltar para tocar mais shows na América do Sul!
ENTREVISTA: Robert Garven, do Cirith Ungol
Google translate it here:
When Cirith Ungol was formed, heavy metal was bush. Before hordes of bands made albums based on the Lord of the Rings trilogy , before doom metal received such a taxonomy, they were already there. In 2015, the gap of more than twenty years was interrupted and, four years later, they came to Brazil for the first time – the last concert of the last day of the September Black Festival . In the group drumsticks from the beginning, Robert Garven talked to me about heavy metal’s past, present and future. Go down the bar there!
How was the show in Brazil?
It was amazing. It was our first time in South America, so it was very special for us. We met a lot of new friends, people who came from all over South America to see the band. Several well-known groups played at the [Black September] festival, and I think most came to honor everything! Our band has a long history with Brazil, our first albums were released there – we saw some that reminded us of the old days!
A single was released last year, and a live album, I’m Alive , is scheduled for 2019. Can we expect a new album soon?
Yes, the official live announcement just came out. It will be incredible! The song “Witch’s Game” (the 2018 single) will be part of the animated film The Planet of Doom due out in 2020. About a new album, we’re working on material now and it’s our goal!
The band started in 1972. Why did it take so long to release the first album? Even when it came out, this kind of music was not so popular anymore. How did you feel about that at the time?
When the band started, we were around thirteen years old. By the time we were around eighteen, we had already created our own unique style of heavy metal, writing and recording various songs. At this time, we began to take seriously the idea of taking the band forward and tried to get a deal with a major label. After years of failed attempts, we decided to release a record of our own – which we considered to be the “ultimate demo”. This became Frost and Fire , and was released in 1981. The album was recorded, produced, funded and manufactured by the band.
There was a lot of heavy music then, but I think our music was a little ahead of its time. I don’t think we were worried if anyone liked it, we were basically writing for ourselves. Trying to create what we called Molten Metal, which was essentially the heaviest metal known to man! Growing from the influence of all suppliers of what we considered true heavy metal, we try to be the next step in the evolutionary line.
By the way, you were one of the first bands to refer to Tolkien in lyrics and in his own name Cirith Ungol. Today, he is possibly the “favorite author” of HP Lovecraft headbangers, perhaps. What is your opinion about?
His writing influenced us very early in the band, and that’s how we decided on the name. I think what connects headbangers with their books and others of the same style is the fantastic setting, along with the epic heroes and the creatures that inhabit them. All very dark and exciting stories! We have also been influenced by various other forms of literature, art and cinema ever since. I can’t speak for the whole band, but HP Lovecraft’s work, Michael Moorcock, Robert E. Howard, and Michael Whelan’s paintings made a big impact on me.
King of the Dead marked a change of direction, and today is considered one of the first doom metal records. What do you tell me about?
Yes, it is considered as our best album. I am sure several listeners and even the band could argue about this for hours, but have to agree. We had complete control of every facet of that project, and I think it is an accurate reflection of what we were at that time. Not sure if it was one of the first doom records, but it would be an honor if true! The band certainly has always had a doom factor in the repertoire on songs like “Death of the Sun”, “Doomed Planet” and “War Eternal”.
Heavy metal has grown a lot since you started, commercially and artistically. We could see such diversity at the Black September Festival. How do you see such a trajectory? Do you also like more modern styles or prefer to focus on traditional? Jarvis (bassist) plays Night Demon, for example…
We love to play festivals like that. Being exposed to a wide range of metal subgenres is exciting and fun! Provides the opportunity for fans and bands to experience music beyond its limited focus. Unfortunately, as band members we can’t always see everyone playing because we’re coming or going, getting ready or recovering from our show! (laughs) I appreciate anyone who plays the heavy sound, and Night Demon is a perfect example! We played with them several times and I think they are one of the coolest bands out there!
Michael Whelan made the Cirith Ungol album covers and also for Sepultura classics. Do you like them or other Brazilian bands?
We certainly know them, they are very famous and have a long history. Unfortunately, I was not introduced to many bands in Brazil, but I’m looking forward to it! I’m a friend of the brazilian band Fallen Idol, for example! We were lucky enough to be the first band to wear a Michael Whelan-signed cover, and we’re thrilled to have their art stamping I’m Alive !
Anything else you’d like to add to those who read us?
Thanks for taking the time to hear more about Cirith Ungol. We have never been able to come to Brazil before, and we are so glad that we played at the September Black Festival. We had fun, we made a lot of friends and hope we can go back to play more shows in South America!